Saint Germain - Canal: Maria Silvia Orlovas - 05/12/2012
Naquela época, eu era um homem perdido nos meus enganos.
Nasci de uma família rica. Mas como eu não me dava bem com as pessoas que
viviam a minha volta... Eu não aceitava as imposições de pai, de família, de
títulos. Eu saí de casa, muito cedo.
E eu virei um caminhante no deserto. Eu ia de uma cidade pra
outra, fiz de tudo e não fiz nada. Aprendi muitos ofícios e não aprendi nenhum.
Eu reclamava da vida, achava que a vida não dava certo e que eu não dava certo.
Eu tinha muito pouca paciência com as pessoas.
Até que um dia eu comecei a brincar com a madeira. Comecei a
mexer com a madeira e fui descobrindo que a madeira me obrigava a ter
concentração, disciplina. Eu fui percebendo que quanto mais eu me dedicava, os
resultados, os contornos saíram melhores. Eu me tornei carpinteiro, porque isso
foi colocado no meu caminho para que eu vencesse, os meus instintos, os meus
ímpetos.
E ali eu aprendi a ser silencioso. Porque muitas vezes, eu
percebi, que quando eu começava a falar eu perdia a concentração e aquilo que
estava saindo muito bom, se tornava um objeto sem função. E foram muitos
aprendizados.
Mas eu tinha aprendido a mexer na madeira, mas não sabia
mexer nos sentimentos. Não, não sabia. Não sabia transformar sentimentos dolorosos
que eu tinha em relação às pessoas, a mim mesmo, a Deus, a família, em bons
sentimentos. Eu ainda só sabia mexer na madeira.
E quando, por algum motivo, eu desgostava das pessoas ou das
situações que eu estava vivendo, era muito simples; eu pegava os meus
instrumentos e ia embora, não tinha compromisso. Eu continuei sendo um
caminhante. E quando eu queria me estabelecer num outro local, eu abria a minha
pequena maleta. Eu começava a fazer as coisas, eu criava de novo, uma
importância pra mim. E aquilo foi um grande jogo de ego, de vencer a mim mesmo.
Tudo muito silencioso e introspectivo.
E um dia depois de muitas pequenas e grandes peregrinações,
sempre sem encontrar o meu lugar, eu dormia numa gruta. Porque o lugar onde eu
vivia era cheio de pedras e grandes morros e desertos... E tinham vários
lugares que as pessoas faziam os seus acampamentos, e eu estava lá.
E nesse dia fazia um frio muito grande à noite. E o céu
estava muito estrelado, muito lindo. E eu estava junto da fogueira. E ali na
minha frente, um Ser de infinita luz se manifestou. E quando ele se manifestou,
ele tocou meu coração. E ele me disse que ele precisava da minha ajuda, era um
Anjo. Ele disse que tinha uma missão pra mim. E que eu deveria procurar, me deu
o caminho; uma moça e que ela traria o filho de Deus.
Eu não era um homem religioso. Eu era um homem
introspectivo, observador, trabalhador e algumas vezes briguento, com um gênio
muito forte. Por isso vocês hoje, não me intimidam com o seu mau gênio, nem com
os seus maus pensamentos.
Eu, na qualidade de mentor, de orientador, quando vejo vocês
perdidos, em seus egos, vaidades e rompantes... Eu apenas rio. Porque eu olho,
pra além daquilo que vocês mostram. Eu olho pros seus corações. E se eu vejo
ali naquele coração, um amor, uma possibilidade de amar profundamente, eu os
escolho. Eu os escolho, por esses ímpetos, por essa força. Porque essa é uma energia
que pode ser transformada em uma ação muito boa, pra sua vida e pro mundo a sua
volta. Porque foi assim que eu fui escolhido.
E aí eu olhei pra aquele Anjo, como eu não era um homem
crente, nem reverente, eu perguntei pra ele; mas por que, que eu sou escolhido?
Eu não sou um crente. Eu não sou um religioso; eu não tenho uma vida santa. Eu
não tenho uma vida sem pecados. Eu às vezes brigo com Deus, eu não compreendo
Deus.
Talvez um crente, beijasse os pés daquela criatura. Porque
ela emanava tanto amor.
Talvez um crente, derramasse lágrimas.
Talvez um crente, quisesse abraçar e beijar.
Eu só senti dúvidas, não quanto a aquela aparição porque ela
era inquestionável, mas, quanto a minha capacidade.
Ele disse, o meu nome, que para vocês é José:
- Você foi escolhido, por aquilo que você é. Você foi
escolhido pela sua alma, pela sua força. É o seu Eu Sou, Eu Sou, Eu Sou.
E eu fui tocado por aquele sentimento. E aí esse Ser, como
uma estrela, me colocou onde eu devia seguir. E eu fui caminhando e encontrei;
Maria, nos arrabaldes de uma cidade, ela era uma menina, mas quando eu a vi,
não tinha dúvidas de que era ela. Uma criança perto de mim. E não foi um
encontro de amor ou de qualquer outro sentimento humano. Eu estava ali para
cumprir com ela uma missão. E ela já carregava consigo a semente Divina, de
Jesus.
E ela estava triste, confusa e desnutrida. Então, nesse
primeiro momento da vida dela eu fui um pai, como eu sabia ser, porque eu não
sabia ser pai. Eu trouxe comida, eu cuidei pra que ela ficasse calma, pra que
ela tivesse lugar onde dormir, pra que ela tivesse apoio.
Sem saber, eu fiz aquilo que todos os homens deveriam fazer
para as suas esposas; eu fui paciente. Eu ofereci carinho e apoio. E não cobrei
nada porque, eu estava ali para servir. E foi assim que eu aprendi a amar,
servindo.
E aí eu fiquei curioso, para entender quem seria esse
menino, porque eu sabia que ia ser um menino. O Anjo também me disse quem seria
esse menino. Eu tive momentos até que duvidei; será que ele vai ser humano?
Terá um corpo igual ao meu?
E como eu era uma pessoa muito introspectiva eu permiti que
o tempo passasse. Cuidando, sentindo as orientações chegarem até a mim. E
educadamente, fazendo aquilo que era esperado da minha pessoa. E é isso que eu
acho que vocês devem fazer em suas vidas; fazer o que é esperado, de cada um de
vocês.
Uma pessoa nesta vida enfrenta várias missões. Você já nasce
devendo aprender ser um bom filho, mesmo que você não tenha bons pais.
O que faz um bom filho? É paciente. Escuta. Se mantém
educado e se fortalece na sua individualidade, na sua força interior, na sua
conexão espiritual.
Depois vem a segunda missão; trabalhar com honestidade. Nem
sempre o trabalho honesto renderá os frutos que você idealiza ou imagina.
Porém, lhe cabe trabalhar com honestidade. Estudar para desempenhar, cada vez
melhor, o seu ofício. E segue assim a sua missão, aprimorando o seu caráter.
Quem é você? O seu Eu Sou, deve ser mais forte de que seus
sonhos, desejos e ambições. E assim você passará grande parte da sua vida,
esculpindo a madeira do seu ego, fazendo brilhar a qualidade daquilo que você
está criando em si mesmo. Vocês são carpinteiros, escultores, uns forjadores da
sua personalidade.
Não é o mundo que faz vocês. O mundo pode fazer aqueles que
não despertaram para o poder da sua própria energia. Para aqueles que estão no
caminho espiritual, vocês fazem quem vocês são. Vocês carregam as suas
ferramentas.
E vocês se conhecendo, cuidam de se transformar, de se
expandir e de se recriar todos os dias. E o trabalho, a missão continua...
Vocês casam, têm companheiros e companheiras, pessoas que vêm para a sua vida,
familiares que crescem, filhos que chegam. E aí lhes cabe agir, com cada um
dessas pessoas, da melhor forma que você pode agir. Sempre domando a parte dura
do seu ego. Sempre aprendendo a se relacionar com as pessoas.
Eu tive a graça, a bênção de ter a minha iluminação através
daquele que fui educar como pai. E muitas vezes me vi perdido, com aquele filho
que não era meu, que sabia mais que eu. E que exigia de mim, uma constante
transformação.
Eu Sou Saint Germain e venho para dizer pra vocês; que a
transformação é possível e é diária e é constante. E a ascensão é uma
libertação de todas as amarras e todas as arestas que vocês têm, envolvendo
vocês e o mundo. É um momento ímpar da humanidade, que cresce e se transforma.
A ascensão é uma realidade. Libertem-se das suas dores e
vençam a sua própria energia.
Cada um é a sua Luz. Cada um é o seu Bem.
Você é o seu bem. Você é a sua Luz.
Você é a sua maior Dificuldade. E você é a sua maior Bênção.
Nós estamos aqui para ajudar e para amar. A Chama Violeta,
qual eu sirvo, é uma Chama de infinito Amor e Compaixão. A Chama que eleva,
transmuta o karma e proporciona a ascensão.
Busquem essa conexão. Se fortaleçam na sua luz.
Recebam minhas bênçãos e o meu amor. E sigam em profunda
paz.
Saint Germain